Mês: Novembro 2023

A investigadora Teresa Monjardino do Grupo de Epidemiologia, Resultados, Economia e Gestão em Oncologia (GEREGO) do CI-IPOP, ganhou o concurso para atribuição de uma bolsa de investigação médica na área do cancro pediátrico no valor de 15 000€. A edição de 2023 do concurso promovido pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e pelo Lions Clube de Portugal premiou o projeto intitulado “Incidence and survival for childhood cancer in Portugal over a decade (2010-2020): a nationwide population-based study”. Com este projeto, a investigadora pretende analisar a variação das taxas incidência e a sobrevivência de cancro pediátrico em Portugal no período entre 2010 e 2020, assim como avaliar o risco de cancros múltiplos. O prémio foi entregue numa cerimónia que decorreu na Batalha no passado dia 15 de julho. 

Tânia Dias, doutoranda em Ciências Biomédicas no Grupo de Oncologia Molecular e Patologia Viral do CI-IPOP foi selecionada para realizar uma Comunicação Oral na 25º Conferência Anual da Sociedade Europeia de Virologia Clínica (ESCV) que decorreu entre o dia 30 de Agosto e 2 de Setembro, em Milão. A referida doutoranda realizou a sua comunicação oral no dia 31 de Agosto, tendo sido inserida num painel referente ao desenvolvimento de resposta imunológica a infeções e vacinas. Os resultados divulgados na conferência estão associados ao projeto ONCOVAC que está a ser desenvolvido no IPO-Porto em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte. Este projeto tem como objetivo principal avaliar a resposta imunitária à dose de reforço da vacina para a COVID-19 em doentes com cancro e em tratamento ativo. Este evento permitiu a divulgação dos seus resultados relativos ao projeto de doutoramento, tendo a sua participação apoiada com uma travel grant do congresso.

No passado dia 22 de setembro de 2023 realizou-se a 5ª edição do ENJIO. O evento contou com a participação de vários elementos do Centro de Investigação do IPO-Porto, estando o mesmo representado com 10 posters, 2 comunicações orais e ainda uma apresentação dos resultados do prémio inovação referente a 2022. As apresentações orais foram realizadas por Sandra Nunes, doutoranda no Grupo de Epigenética e Biologia do Cancro e Rui Freitas, doutorando no Grupo de Patologia e Terapêutica experimental. A Ana Luísa Teixeira, Investigadora Júnior do Grupo de Oncologia Molecular e Patologia Viral, vencedora do Prémio Inovação de 2022, apresentou os resultados relativamente ao seu projeto de investigação apoiado pelo referido prémio. No final do evento, Sandra Nunes foi distinguida com o prémio de melhor apresentação oral.

No decorrer do verão, o CI-IPOP juntou-se a várias iniciativas para dar a conhecer a investigação aos mais novos. Em colaboração com o Instituto de Ciências Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP), os diferentes grupos juntaram-se à iniciativa Universidade Júnior em que alunos do secundário conhecem um pouco do que é investigação e o ensino superior. O CI-IPOP recebeu ainda em estágio de duas semanas alunos de medicina ao abrigo dos estágios de verão da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) e ao abrigo do Programa IFMSA (Research Exchange program of the Standing Committee on Research Exchange of International Federation of Medical Students Associations).

Estas iniciativas tiveram como objetivo dar a conhecer a atividade científica desenvolvida pelos investigadores numa forma de aproximação do centro de investigação à comunidade mais jovem.

O ONCOSCREEN – A European “shield” against colorectal cancer based on novel, more precise and affordable risk-based screening methods and viable policy pathways, visa desenvolver “novos métodos e novas tecnologias” para o rastreio e deteção precoce do cancro colorretal. O projeto financiado pela União Europeia (EU) arrancou no início do ano e termina em 2026, junta 38 organizações de 15 países europeus, sendo coordenado pelo EXUS AI Labs (Grécia).

O projeto BioFaeC – Novel faecal biomarkers for early detection of precancerous lesions and cancer – Improving the current model for colorectal cancer screening, com duração de 18 meses, procura identificar um painel de biomarcadores para melhorar a exatidão do rastreio CCR, e otimizar o diagnóstico precoce de pólipos adenomatosos avançados no cólon e no reto, os principais precursores do CCR, no rastreio de indivíduos assintomáticos.e validar a sua utilização como teste não invasivo. Este estudo conta também com a participação de alguns elementos de vários grupos de investigação do I3S, sendo um bom exemplo da investigação desenvolvida no âmbito do P.CCC Raquel Seruca.

No CI-IPOP estes projetos são liderados por Mário Dinis-Ribeiro, Coordenador do Grupo PRECAM e Vice-Diretor do CI-IPOP, e Luís Lima, investigador do Grupo GPTE, em ambos os projetos o que se procura é a otimização do rastreio colorretal.

Considerado como um dos pilares estratégicos da Instituição e alinhado com a estratégia do Europe’s Beating Cancer Plan, o IPO Porto implementou um Programa de Medicina de Precisão em Oncologia (PCM, precision cancer medicine). Para que a implementação da PCM seja globalmente bem-sucedida, é necessário garantir o acesso adequado a diagnósticos moleculares e o posterior acesso a Ensaios Clínicos (EC). Assim, o IPO Porto está a desenvolver parcerias com vários centros europeus, nomeadamente através do consórcio PCM4EU, com o objetivo de promover o acesso equitativo à PCM a nível europeu. Este consórcio irá avaliar as normas em vigor e irá fornecer recomendações sobre as melhores práticas de diagnóstico, implementação e interpretação de testes genómicos, bem como sobre a integração da informação molecular no contexto clínico do doente. O consórcio tem vindo a trabalhar na implementação de EC pragmáticos da iniciativa do investigador com reposicionamento de fármacos nas instituições participantes, tendo como referência o EC Drug Rediscovery Protocol (DRUP). Surgiu como consequência um Projeto adicional, focado na implementação e desenvolvimento de “DRUP-like Clinical Trials” (DLCTs) nas Instituições que participam no consórcio: o PRIME-ROSE. O objetivo destes ECs é avaliar a eficácia e toxicidade de terapias-alvo disponíveis comercialmente em doentes com tumores avançados que apresentem alterações moleculares potencialmente acionáveis.

 O investigador sénior do IPO do Porto é o primeiro português a ocupar esta posição e vai cumprir um mandato para o biénio 2024/2025.

A ECO-European Cancer Organisation inclui 42 organizações europeias, entre elas instituições de saúde e associações que representam doentes oncológicos, e tem como missão discutir estratégias para reduzir o impacto da doença oncológica na Europa, melhorar os resultados e a qualidade dos cuidados prestados aos doentes oncológicos, através da multidisciplinaridade e compromisso com a ciência.

Mais informações em https://www.europeancancer.org

 

Embora tenha um papel fundamental para o adequado tratamento dos doentes, e em especial na oncologia, a sua atividade é, muitas vezes, invisível e até desconhecida dos doentes e seus cuidadores. Por isso, é referida como “A ciência escondida que salva vidas” (Royal College of Pathologists, Reino Unido).

“Ao assinalarmos o Dia Internacional da Patologia, queremos dar a conhecer o que esta nossa equipa multiprofissional de Médicos, Técnicos, Administrativos e Auxiliares faz e qual o nosso contributo para que cada doente do IPO Porto tenha o diagnóstico mais correto para ter acesso ao tratamento mais indicado e eficaz”, explica Rui Henrique, Diretor do Serviço de Anatomia Patológica do IPO Porto. 

Conheça todas as etapas que a amostra cirúrgica percorre no Serviço de Anatomia Patológica aqui.

 

Pode saber mais na Sociedade Portuguesa de Anatomia Patológica 

Cartaz Patologia

 

Os principais resultados desta investigação concentram-se no papel da proteína p53, frequentemente chamada “guardiã do genoma”, na sinalização de resposta ao dano no DNA, bem como na apoptose ou na regulação do ciclo celular.

O estudo, intitulado de “Epigenetic Regulation of TP53 is Involved in Prostate Cancer Radioresistance and DNA Damage Response Signaling”, revelou que modificações epigenéticas, em particular modificações em marcas de histonas, desempenham um papel fundamental na remodelação da expressão do gene TP53 em células radioresistentes do cancro da próstata, que foram estabelecidas internamente pela equipa de investigação.

“Esta descoberta é de extrema relevância porque abre novas perspetivas para estratégias terapêuticas complementares inovadoras com o objetivo de superar a radioresistência no cancro da próstata”, explica Carmen Jerónimo, líder do grupo de investigação, diretora do CI e docente no ICBAS.   

O estudo foi recentemente publicado na prestigiosa revista científica Signal Transduction and Targeted Therapy (FI: 39.3) e envolveu a participação de membros do GEBC, de onde se realçam os autores Catarina Macedo-Silva, Vera Miranda-Gonçalves, Nuno Tiago Tavares, Daniela Barros-Silva, João Lobo e Margareta P. Correia, assim como membros do Grupo de Física Médica, Proteção Radiológica e Radiobiologia do CI-IPOP e do Serviço de Radioterapia do IPO Porto, representados por Joana Lencart (Diretora do Serviço de Física Médica) e por Ângelo Oliveira(Radioncologista), respetivamente. De realçar, ainda, a colaboração internacional estabelecida para este fim entre o GEBC e o Departamento de Medicina de Precisão da Universidade da Campania “Luigi Vanvitelli” em Nápoles, Itália, representado por Lucia Altucci. Destaca-se, também, a valiosa colaboração de diversos profissionais dos Serviços de Anatomia Patológica e da Física Médica do IPO Porto.