2º episódio do podcast “Cancro sem Temor”
“Quem é que nunca navegou de forma anónima no Dr. Google, à procura de saber se o que comeu provoca cancro, ou se o tratamento de estética que está a pensar fazer aumenta o risco de desenvolvimento de algum tipo de tumor?”, começou por dizer a moderadora do podcast, Lúcia Gonçalves, dando início à conversa que conta com a participação de Cristina Nogueira (Doente de Cancro da Mama Metastizado), de Deolinda Pereira (Diretora de Serviço de Oncologia Médica do IPO Porto) e de Fátima Teixeira (Enfermeira Coordenadora da Clínica de Patologia Digestiva).
Os mitos ganham força pela quantidade de vezes que são repetidos e pela sua perpetuação no mundo digital. Esta desinformação contribui fortemente para alimentar mitos e monstros que afetam o bem-estar dos doentes oncológicos e das suas famílias. O conhecimento é a melhor arma para os combater e é o primeiro passo para a sensibilização desta doença.
“Nós devemos saber colocar no lado do doente sempre, do lado da sua família, e ajudá-lo nesses momentos com muita tranquilidade, muita serenidade, e não vamos querer, de um momento para o outro, transformar os hábitos daquele doente e família, porque não devemos, nem podemos.”, disse Deolinda Pereira, Diretora do Serviço de Oncologia Médica do IPO Porto.
O papel dos profissionais de saúde é importante no processo de adaptação do doente à sua nova realidade, é importante para desvendar a verdade e desmistificar ideias.
“Efetivamente, chegam ao IPO vêm com medo efetivamente ‘Tenho Cancro e vou morrer’. E, portanto, nós temos que desmitificar isso e mostrar que hoje em dia temos muitos doentes curados. É muito bom, quando naquele dia, com aquele doente nós temos alguém na sala de espera a quem podemos recorrer – ‘Olhe, importa-se de dar o seu testemunho aqui com este doente?’”, revela Fátima Teixeira, Enfermeira Coordenadora da Clínica de Patologia Digestiva.
Neste episódio houve espaço para esclarecer alguns mitos que acompanham o doente e a sua família ao longo de todo o percurso da doença, entre os quais a alimentação, a sexualidade e a autoestima.
“Depois pensei que isto não faz muito sentido. Já me basta ter um cancro. Já me basta ter o prognóstico complicado. Porque é que eu não hei de comer uma torrada ao pequeno-almoço?” afirmou Cristina Nogueira, doente de cancro da cama metastizado.
No dia 7 de janeiro, ficará disponível o terceiro episódio “A Inovação do Meu Lado”, que terá o seu foco na investigação científica, na inovação e nos ensaios clínicos que permitem beneficiar os doentes no combate à doença oncológica.