6º episódio do podcast: A chave para uma relação de confiança entre médico e doente
A conversa, moderada pela jornalista Lúcia Gonçalves, conta com as participações de Renato Sousa (Doente com Cancro no Pulmão Metastizado), Susana Sousa (Médica Oncologista do IPO-Porto) e Flávio Videira (Cirurgião e Orientador da Clínica de Patologia Digestiva).
“As emoções refletem-se no nosso organismo e ter um pensamento positivo influencia a evolução dos tratamentos“, reflete a jornalista Lúcia Gonçalves, que traz a debate a necessidade de se compreender a chave para a existência de uma relação de confiança entre o médico e o doente.
“A palavra cancro, por si só, é assustadora”, revela Renato, que, após receber o diagnóstico, costumava consultar o Google e as estatísticas para tentar saber o que lhe podia acontecer. Mas a relação de confiança com a equipa médica que o acompanha ajudou-o a compreender que nem sempre estamos preparados para ouvir todas as respostas e que este é um caminho com poucas certezas, optando por querer saber apenas o necessário. Para Renato, neste percurso “cria-se uma relação entre médico-doente e ainda bem que se cria”.
Da perspetiva do médico, a oncologista Susana Sousa afirma que “ninguém nos ensina a comunicar” com os doentes. Parte de cada profissional de saúde saber falar e ouvir com cuidado e tentar colocar-se sempre “do outro lado da secretária”. A transmissão da informação com clareza torna-se fundamental na criação de uma relação de confiança com o doente. Contudo, esta comunicação pode, muitas vezes, ser interpretada como “fria”, porque o médico procura explicar a doença, os tratamentos e as sequelas, apesar de tentar sempre passar uma mensagem positiva de esperança de que tudo vai correr pelo melhor.
Para o cirurgião Flávio Videira, “aqui não há só médicos e não há só o meu médico“. Apesar de a relação de confiança ser fulcral entre o médico e o doente, existem outros profissionais de saúde que devem garantir a mesma. Isto é, além da confiança na relação médico-doente, deve haver confiança institucional, que diz respeito à ajuda e acompanhamento do caso do doente oncológico por parte do enfermeiro, quando o médico não consegue atender. O IPO-Porto oferece e cria esta confiança institucional, de forma a que o doente não seja prejudicado.
Assista ao episódio completo para conhecer os testemunhos de todos os participantes e não perca o próximo episódio do podcast “Cancro sem Temor”, que terá como tema “Falar no fim”.