Serviço de Genética
Esta unidade está ainda envolvida no ensino pré e pós-graduado, bem como na formação de vários grupos profissionais na área das bases genéticas e biológicas do cancro.
O Serviço de Genética pretende ser uma referência nacional e internacional na área do diagnóstico genético em Oncologia, contribuindo, desta feita, para o desenvolvimento científico e tecnológico nesta área do conhecimento. Pretende-se que cada doente da área de influência da Instituição disponha da informação genética clinicamente relevante, nomeadamente, a identificação de alterações genéticas adquiridas pelas células neoplásicas com valor diagnóstico, prognóstico ou preditivo de resposta à terapêutica, bem como a identificação de famílias e indivíduos com predisposição hereditária para cancro que possam beneficiar de medidas de rastreio e/ou de profilaxia adequadas ao seu risco.
Serviços:
- Consulta de Oncogenética:
Cerca de 5-10% das neoplasias malignas ocorrem no âmbito de predisposição hereditária para cancro. Apesar da sua frequência ser bastante menor do que a dos cancros esporádicos, a previsibilidade decorrente da sua segregação (na maioria dos casos) autossómica dominante dentro das famílias afetadas e, mais recentemente, a existência de testes genéticos capazes de identificar com segurança quais os membros que incorrem numa probabilidade elevadíssima de cancro e quais os familiares que não possuem um risco mais elevado do que a população em geral, permitem a adoção de medidas com impacto potencialmente significativo em termos de saúde pública. A identificação dos primeiros permite concentrar nestes a aplicação dos meios necessários ao diagnóstico precoce ou prevenção, poupando os segundos a estas medidas muitas vezes invasivas.
A Consulta de Oncogenética permite:
- Identificar, com base no histórico familiar, as famílias com formas provavelmente hereditárias de cancro
- Oferecer o diagnóstico genético apropriado
- Fazer o aconselhamento pré e pós-teste genético
- Identificar os familiares portadores em risco e referenciar os indivíduos em risco para as clínicas de patologia e serviços apropriados para a adoção de medidas de diagnóstico precoce e/ou profilaxia das neoplasias para as quais o resultado do teste genético revela um elevado risco
- Laboratório de Citogenética:
No Laboratório de Citogenética identificam-se as alterações cromossómicas das células neoplásicas utilizando a citogenética convencional (essencialmente pela técnica de bandas cromossómicas) e/ou a citogenética molecular (baseada na hibridação fluorescente in situ (FISH)). O cariótipo é muitas vezes importante no diagnóstico diferencial e fornece informação prognóstica que permite a colocação do paciente em grupos de prognóstico diferenciados, conforme as alterações cromossómicas que as células neoplásicas apresentem. Por outro lado, a técnica de FISH permite a pesquisa de alterações genéticas específicas com relevância clínica comprovada, seja em metafases ou em núcleos interfásicos.
As análises realizadas no Laboratório de Citogenética do Serviço de Genética são as seguintes:
Citogenética Convencional:
- Cariótipo de gânglio linfático
- Cariótipo de medula óssea
- Cariótipo de sangue periférico
- Cariótipo de tumores sólidos
Citogenética Molecular (FISH):
- Amplificação 12q13 (CDK4/GLI)
- Amplificação 12q15 (MDM2)
- Amplificação do ERBB2 (HER2)
- Amplificação do MYCN
- Deleção 11q22~23 (ATM)
- Deleção 1p36
- Deleção 3p (VHL)
- Deleção de 13q14 (RB/D13S319)
- Deleção de 17p13 (TP53)
- Deleção de 20q12
- Deleção de 5q31
- Deleção de 6q
- Deleção de 7q31
- Deleção de 9p21 (CDKN2A)
- Duplicação de 17q
- FISH em corte histológico
- FISH urina/lavado (CEP 3/7/17 e LSI 9p21)
- Hiperploidia
- Hipoploidia
- Inversão inv(16)/t(16;16) (CBFB-MYH11)
- Outras análises por FISH
- Rearranjo 4q12 (FIP1L1/PDGFRA/KIT)
- Translocação 10q24 (TLX1)
- Translocação 11p13 (WT1)
- Translocação 11q23 (MLL)
- Translocação 12q13 (CHOP)
- Translocação 13q14 (FKHR)
- Translocação 14q11 (TCRA/D)
- Translocação 14q32 (IGH)
- Translocação 16p11 (FUS)
- Translocação 18q11 (SYT)
- Translocação 18q21 (MALT1)
- Translocação 1p32 (TAL1)
- Translocação 22q12 (EWS)
- Translocação 2p23 (ALK)
- Translocação 3q27 (BCL6)
- Translocação 5q35 (TLX3)
- Translocação 7q34 (TCRB)
- Translocação 8q24 (MYC)
- Translocação 9p13 (PAX5)
- Translocação t(1;13) (PAX7-FKHR)
- Translocação t(1;19) (TCF3-PBX1)
- Translocação t(11;14) (IGH-BCL1)
- Translocação t(12;21) (TEL-AML1)
- Translocação t(14;16) (IGH-MAF)
- Translocação t(14;18) (IGH-BCL2)
- Translocação t(14;18) (IGH-MALT1)
- Translocação t(15;17) (PML-RARA)
- Translocação t(17;22) (COL1A1-PDGFB).
- Translocação t(2;13) (PAX3-FKHR)
- Translocação t(4;14) (IGH-MMSET)
- Translocação t(6;11) (ALPHA-TFEB)
- Translocação t(8;21) (AML1-ETO)
- Translocação t(9;22) (BCR-ABL)
- Translocação t(X;1) (PRCC-TFE3)
- Translocação t(X;17) (ASPSCR1-TFE3)
- Translocação/duplicação de 12p
- Trissomia 12
- Trissomia 3
- Trissomia 8
Laboratório de Genética Molecular:
A atividade do Laboratório de Genética Molecular divide-se em duas áreas fundamentais, dependendo do tipo de problema clínico em causa. Por um lado, determina-se a existência de predisposição hereditária para cancro, estudando não só o caso índex, mas também os restantes membros da família nos casos em que se identifique uma mutação germinativa que segregue com a doença. Por outro lado, realiza-se diagnóstico molecular de cancro pela identificação, com técnicas de biologia molecular com alta sensibilidade, de alterações genéticas específicas nas próprias células neoplásicas, especialmente aquelas que conferem informação prognóstica relevante ou que têm implicações terapêuticas.
As análises realizadas no Laboratório de Genética Molecular do Serviço de Genética são as seguintes:
Mutações Germinativas:
- Mutações no gene BRCA1
- Mutações no gene BRCA2
- Mutações no gene MLH1
- Mutações no gene MSH2
- Mutações no gene MSH6
- Mutação no gene PMS2
- Mutações no gene APC
- Mutações no gene MUTYH
- Mutações no gene RET
- Mutações no gene TP53
- Mutações no gene CDKN2A
- Mutações no gene CDK4
- Mutações no gene VHL
- Mutações no gene PTCH1
- Mutações no gene MET
- Mutações no gene PTEN
- Mutações no gene TITF1
- Alterações no gene DPYD
- Rearranjos exónicos dos genes acima
- Contra-análise dos genes acima
Mutações Somáticas:
- Análise de microssatélites em tumor
- Duplicação em tandem do gene MLL
- Gene de fusão ALK-NPM
- Gene de fusão AML1-ETO
- Gene de fusão API2-MALT1
- Gene de fusão BCR-ABL
- Gene de fusão BCR-PDGFRA
- Gene de fusão CBFB-MYH11
- Gene de fusão DEK-CAN
- Gene de fusão E2A-PBX1
- Gene de fusão EWSR1-ATF1
- Gene de fusão EWSR1-DDIT3
- Gene de fusão EWSR1-ERG
- Gene de fusão EWSR1-FLI1
- Gene de fusão EWSR1-NR4A3
- Gene de fusão EWSR1-WT1
- Gene de fusão FIP1L1-PDGFRA
- Gene de fusão FUS-DDIT3
- Gene de fusão IGH-MMSET
- Gene de fusão KIF5B-PDGFRA
- Gene de fusão MLL-AF10
- Gene de fusão MLL-AF1Q
- Gene de fusão MLL-AF4
- Gene de fusão MLL-AF6
- Gene de fusão MLL-AF9
- Gene de fusão MLL-ELL
- Gene de fusão MLL-ENL
- Gene de fusão MLL-SEPT6
- Gene de fusão NUP98-NSD1
- Gene de fusão PAX3-FOXO1A
- Gene de fusão PAX7-FOXO1A
- Gene de fusão PML-RARA
- Gene de fusão SIL-TAL1
- Gene de fusão SYT-SSX1
- Gene de fusão SYT-SSX2
- Gene de fusão TEL-AML1
- Hipermetilação da região promotora do gene MGMT
- Mutação no gene JAK2
- Mutações do exão 12 do gene JAK2
- Mutações do exão 12 do gene NPM1
- Mutações no codão 515 do gene MPL
- Mutações no gene BRAF
- Mutações no gene EGFR
- Mutações no gene FLT3
- Mutações no gene KIT
- Mutações no gene KRAS
- Mutações no gene PDGFRA
- Mutações pontuais no gene de fusão BCR-ABL
- Outros genes de fusão
- Outros rearranjos MLL
- Quantificação do transcrito AML1-ETO
- Quantificação do transcrito BCR-ABL
- Quantificação do transcrito CBFB-MYH11
- Quantificação do transcrito MLL-AFF1
- Quantificação do transcrito PML-RARA
- Quantificação do transcrito TEL-AML1
- Rearranjos do gene BCL1
- Rearranjos do gene BCL2
- Rearranjos do gene MYC