Reunião internacional sobre investigação em Urologia em Portugal
Responsável pela elaboração do programa científico, Carmen Jerónimo, investigadora no IPO-Porto e membro do board da ESUR, realça “a necessidade de estabelecer pontes entre médicos e investigadores, de forma a encontrar ferramentas para o tratamento dos tumores urológicos”, adiantando que “a principal mensagem a transmitir nesta reunião será a importância da multidisciplinaridade”.
Do programa científico, Carmen Jerónimo destaca a sessão dedicada à imunoterapia, nomeadamente a palestra de Gabriel van der Pluijm, professor na Universidade de Leiden, na Holanda, que vai falar sobre a utilização de vírus oncolíticos no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas. Na mesma sessão, Paola Arimondo, do Instituto Pasteur em Paris, irá abordar o desenho de fármacos epigenéticos e Jesus Paramio (Hospital Universitário 12 de Octobre, Madrid) falará da sua aplicação para estimulação da resposta imunológica dos tumores da bexiga. Do último dia da reunião, a responsável salienta a intervenção de Dara Hallinan, especialista em Direito no FIZ Karlsruhe – Leibniz Institute for Information Infrastructure, na Alemanha, que incidirá sobre a alteração da lei de proteção de dados na União Europeia, “uma temática que tem afetado a investigação e que gera preocupação na comunidade científica”, explica.
Relativamente à participação portuguesa, Carmen Jerónimo evidencia a palestra de Ana Charrua, investigadora na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que incidirá sobre a relação entre as neutrofinas e a síndrome da bexiga dolorosa. Outro ponto alto deste evento será a sessão conjunta da ESUR com a EAU Section of Uropathology (ESUP), que vai abordar questões como os genes de reparação do ADN, as formas hereditárias de cancro urológico, os tumores esporádicos e as biópsias líquidas, com a coordenação do conceituado Patologista italiano Rodolfo Montironi, Diretor da ESUP.
O cancro da próstata representa a 4ª causa de morte por cancro no homem, atrás do cancro do pulmão, coloretal e estômago, sendo porém o cancro mais frequente no homem de mais de 50 anos. Em Portugal, estima-se que tenha uma incidência de 136 casos por 100 000 habitantes e uma mortalidade de 37 por 100.000 habitantes. Representa cerca de 3,2% de todas as mortes de homens no país e mais de 10% das mortes por cancro.