8 Março 2022

Nova técnica na Cirurgia Torácica torna procedimento menos invasivo

A equipa de Cirurgia Torácica da Clínica do Pulmão do IPO do Porto introduziu, recentemente, uma nova técnica cirúrgica no seu plano de tratamento a doentes com cancro de pulmão em fase precoce, ou seja, em estadios iniciais.

Trata-se de uma segmentectomia anatómica por VATS (video-assisted thoracoscopic surgery) – intervenção cirúrgica realizada no IPO do Porto desde 2019 –, mas agora com recurso a ferramentas cirúrgicas e tecnológicas mais eficazes que permitem aumentar a precisão da resseção e, consequentemente diminuir o risco de infeção e outras complicações para o doente.

“Esta é uma técnica inovadora, já existente em Portugal, mas que estamos a aplicar pela primeira vez na cirurgia torácica no IPO do Porto. Intraoperatoriamente, após a laqueação dos ramos arteriais, injetamos no doente uma substância (verde de indocianina) que vai delimitar por imunofluorescência e com mais rigor, a zona da árvore pulmonar que mantém irrigação e a zona do segmento pulmonar a ressecar”, explica Gonçalo Paupério, diretor do Serviço de Cirurgia Torácica do IPO do Porto, assegurando que desta forma é possível extrair o tumor de forma mais precisa.

“A introdução desta nova opção cirúrgica permite-nos, por um lado, definir com maior precisão o plano do segmento a ressecar e oferecer menor risco de complicações para o doente, nomeadamente infeções e enfartes pulmonares, assegurando assim melhor recuperação para o doente”, esclarece o cirurgião do IPO do Porto.

A cirurgia torácica é a especialidade que se ocupa do diagnóstico e tratamento, em pediatria e no adulto, de doenças do pulmão, mediastino, parede torácica e pericárdio.

Em 2021, o Serviço de Cirurgia Torácica realizou 22 segmentectomias anatómicas por VATS (video-assisted thoracoscopic surgery), uma cirurgia dirigida exclusivamente a doentes com tumores em estadios iniciais.

De acordo com Gonçalo Paupério, “este ano vamos assistir no IPO do Porto a um intensificação deste tipo de cirurgias, porque o serviço está empenhado em mudar o paradigma e adotar estratégias cirúrgicas cada vez menos invasivas e mais inovadoras”.