Mês: Novembro 2025

A sessão de abertura foi presidida pela Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e contou com a presença de diversas entidades com responsabilidade na formação médica em Portugal, entre as quais João Carlos Ribeiro, Presidente da Comissão Nacional do Internato Médico (CNIM); Paula Oliveira, Vogal do Conselho Diretivo da ACSS; José Durão, representante do Bastonário da Ordem dos Médicos; assim como orientadores de internato médico, gestores hospitalares e outros profissionais ligados à formação médica.

O Presidente do IPO Porto, Júlio Oliveira, sublinhou a importância do internato médico na construção de um Serviço Nacional de Saúde sólido e sustentável:

“O internato médico é o alicerce sobre o qual se constrói o futuro do SNS. Cabe a nós, instituições de acolhimento, e aos seus orientadores, garantir que estes alicerces são sólidos, éticos e duradouros.”

Júlio Oliveira destacou ainda que, no IPO Porto, os médicos internos assumem um papel ativo, integrados em equipas multidisciplinares e confrontados com contextos clínicos de elevada complexidade. “A formação supera a mera aquisição de competências técnicas, promovendo também uma prática humanizada e incentivando a participação em projetos de investigação clínica e científica”, afirmou.

A reunião, que contou com cerca de 120 participantes, promoveu o debate e a partilha de perspetivas sobre temas centrais, incluindo a revisão do Regulamento do Internato Médico e propostas para um novo modelo formativo, a avaliação dos Programas de Formação Especializada considerando as expectativas dos médicos internos e o impacto das novas tecnologias e metodologias de ensino, a transição de competências para a ACSS no âmbito do Internato Médico com repercussões na gestão administrativa e formativa, e os desafios geracionais, abordando perspetivas da geração Z e a saúde mental no internato.

Com esta iniciativa, a CNIM reforça o seu compromisso com o futuro do internato médico em Portugal, promovendo uma formação de excelência, humanizada, tecnicamente competente e alinhada com as necessidades do país e dos cidadãos.

 Este projeto tem como objetivo criar um modelo de Machine Learning para avaliar a ansiedade e a depressão em sobreviventes de cancro da mama, detetar alterações na sua severidade e prever a sua evolução. Paralelamente, colaborará também em outros projetos em curso na CMU.

A estadia, que começou no passado dia 3 de novembro, terá a orientação do Professor Mayank Goel, Associate Professor no Software and Societal Systems Department (S3D) e no Human-Computer Interaction Institute (HCII) da CMU, onde lidera o SMASH Lab (Smart Sensing for Humans).

Para além de potenciar novas colaborações científicas, esta oportunidade irá também contribuir para o desenvolvimento do seu projeto de doutoramento, sob a supervisão da doutora Cristina Santos e do Prof. Lúcio Lara Santos. Este projeto tem como objetivo explorar uma abordagem integrativa capaz de combinar biomarcadores moleculares e digitais com métodos de inteligência artificial, permitindo o diagnóstico precoce, a predição e a monitorização de sintomas como ansiedade, depressão, fadiga e insónia em sobreviventes de cancro da mama. 

Esta experiência internacional constitui uma oportunidade única de aprendizagem e cooperação científica, trazendo novas perspetivas e sinergias que irão reforçar a investigação clínica e translacional desenvolvida no IPO Porto.

 

Com esta alteração, o acesso às plataformas incluirá um passo adicional: o utilizador receberá um código temporário por e-mail ou SMS, que deverá ser inserido para concluir o login.

Indicações:

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• Receba o código de 6 dígitos por SMS ou e-mail;
• Introduza o código no ecrã para concluir o acesso;
• Em caso de dificuldades, utilize os canais habituais de suporte.

Esta medida garante que apenas o titular da conta pode aceder à sua informação, reforçando a proteção dos seus dados pessoais e garantindo conformidade com as melhores práticas de segurança digital.

 

 

A sessão de abertura contou com a presença da Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, que destacou a importância dos Centros Compreensivos de Cancro (CCC – Comprehensive Cancer Centers) no panorama nacional e europeu.

A delegação do IPO Porto foi composta por Júlio Oliveira, presidente, Donzília Brito, diretora clínica, Cátia Faustino, médica oncologista, e Susana Almeida, médica psiquiatra. Participou também de forma ativa o membro do Conselho Consultivo dos Utentes do IPO Porto (CCUte IPOP), Miguel Reis.

O IPO Porto apresentou o trabalho pioneiro que tem vindo a desenvolver na região Norte do país: a Infraestrutura Compreensiva de Cancro da Região Norte, focada na Medicina de Precisão em Oncologia. Este trabalho tem sido reconhecido pelos parceiros europeus como exemplo de boa prática, uma abordagem inovadora que está a transformar a organização dos cuidados e da investigação em oncologia.

Adicionalmente, no âmbito desta Joint Action, o IPO Porto está a desenvolver um dos nove projetos-piloto a decorrer no continente europeu, que prevê a criação de uma rede compreensiva de cuidados (CCCN), especificamente na área do cancro do pulmão e do cancro colorretal. Esta apresentação reforça o posicionamento do IPO Porto, a nível nacional e europeu, na construção de redes colaborativas que elevam a qualidade da oncologia e promovem a equidade no acesso aos melhores cuidados disponíveis para os doentes.

Além do IPO Porto, o evento contou ainda com a participação de outras instituições e entidades portuguesas da área da saúde envolvidas ativamente nesta Joint Action, nomeadamente o PNDO da Direção-Geral da Saúde (DGS), a ULS do Algarve, a ULS de Santa Maria e o Centro Oncológico dos Açores (COA), reforçando o compromisso de Portugal na participação em redes europeias e em iniciativas de cooperação internacional.

Ao longo de dois dias, o EUnetCCC Annual Meeting 2025 reúne especialistas, decisores políticos e representantes de instituições de toda a Europa, unidos por um objetivo comum: reforçar a cooperação e diminuir as assimetrias no acesso aos melhores cuidados de saúde em oncologia por parte de todos os cidadãos europeus que deles necessitem.

Com 28 anos, Catarina Lopes integra o grupo de investigação Abordagem de Lesões Precursoras e Cancro Precoce (PRECAM), focado na deteção precoce do cancro gástrico. O prémio reconhece o projeto “SNIFF: Compostos orgânicos voláteis em saliva para deteção não invasiva de cancro gástrico”, que terá início em janeiro de 2026 e uma duração de dois anos.

A investigação será desenvolvida em colaboração com outros investigadores do IPO Porto, nomeadamente Mário Dinis Ribeiro, investigador sénior e Diretor do Departamento de Medicina, Catarina Brandão, Diretora do Serviço de Gastrenterologia, e Ana Pereira, investigadora auxiliar. O projeto envolve ainda parceiros externos, incluindo o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL) e a Medical University of Gdańsk, na Polónia, onde a investigadora principal realizará um estágio num centro internacional de excelência.

Saliva pode ajudar a detetar cancro do estômago mais cedo

O cancro gástrico é frequentemente diagnosticado numa fase avançada, reduzindo as hipóteses de tratamento e sobrevivência. O projeto SNIFF pretende desenvolver um teste não invasivo semelhante a um “nariz eletrónico”, capaz de identificar compostos orgânicos voláteis presentes na saliva e associados ao desenvolvimento da doença.

Estas moléculas – libertadas pelo corpo e influenciadas pela microbiota – funcionam como “assinaturas químicas”, que podem sinalizar alterações celulares e metabólicas características do cancro. A ambição é criar uma solução simples, acessível e de baixo custo que permita encaminhar precocemente as pessoas com maior risco para exames endoscópicos de diagnóstico.

Este projeto contribuirá de forma direta para o avanço da investigação em cancro gástrico, um dos grandes objetivos científicos do grupo PRECAM do Centro de Investigação do IPO Porto, estando totalmente alinhado com as linhas estratégicas do Instituto na aposta em métodos inovadores e precoces de diagnóstico.

“Receber o Prémio Maria de Sousa é um enorme incentivo para continuar a contribuir para um dos grandes objetivos do nosso grupo no IPO Porto: desenvolver métodos não invasivos para a deteção precoce do cancro. Este projeto representa uma nova abordagem nesse sentido, explorando o potencial da saliva, o mesmo tipo de amostra que estudei durante o doutoramento, como ferramenta simples e acessível para identificar precocemente o cancro do estômago. Acredito que soluções deste tipo podem ter um impacto real na deteção atempada e no futuro dos doentes oncológicos.”
explica Catarina Lopes.

Formação e percurso

Catarina Lopes é licenciada e mestre em Bioquímica e doutoranda em Biotecnologia Molecular e Celular pela Universidade do Porto, com investigação aplicada ao cancro gástrico precoce. O seu trabalho integra biologia molecular, bioinformática, recolha e processamento de amostras clínicas e validação experimental.

Atualmente integra o grupo PRECAM no âmbito do projeto europeu AIDA, dedicado ao desenvolvimento de dispositivos de diagnóstico assistidos por inteligência artificial, e é colaboradora visitante no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL).